
O Porto Alegre Em Cena assume a vocação de nossa cidade.
Um Porto provocação. Lugar de quem chega, de quem sai. De quem fica e do que fica.
O palco da troca, do trânsito, das novidades e das memórias compartilhadas.
O cenário de conquistas e dramas sociais: guerras, escravidão, pestes, e outros povos, outras línguas, outras modas.
Para o bem e para o mal, um Porto.
Nosso festival vai colocar em cena o que fomos e somos, e o que podemos ser. Abertos para balanço, atentos ao que vem.
Porto de águas que se movem e se chocam, de gêneros e estéticas fluídas, de etnias que se reconhecem e se cumprimentam em suas particularidades.
Porto Alegre e o Mundo em Cena.
A alegria de ser um Porto.
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Ao vislumbrarmos a ideia de porto como conceito para a 29ª edição do Porto Alegre em Cena, nos deparamos com as múltiplas acepções que o termo nos apresenta. Mais do que uma definição única, a imagem do porto pode ser evocada como lugar repleto de beleza e poesia, como deslocamentos e fluxos migratórios, como trauma e violência na modernidade. Porto Alegre, que é margeada ao oeste pelas águas do Guaíba, carrega em seus portos e paragens memórias de conquistas, de encontros, de celebrações e também de diversos processos exploratórios. Assim escolhemos pensar o Porto em que vivemos: constituído do tempo e de suas tantas memórias.
Tomamos também a ideia de porto como um entre-lugar, uma fronteira, que se desfaz na medida em que os deslocamentos humanos acontecem. Novas histórias começam e terminam, contraem e se dilatam, nascem e morrem, pulsam. O meio ou o processo se fazem neste lugar de chegada e partida, sem definição exata. Atrelando a radicalidade da imaginação, motor e vetor da criação artística, atribuímos ao porto uma conotação de lugar em processo, tempo-espaço onde se cria, justamente por não ser exatamente definido, tornando-se, assim como a arte, lugar do porvir.
Nesse sentido, o Porto Alegre em Cena, nesta edição que inaugura uma formação coletiva em sua direção artística, amplia os traços que compõem sua narrativa, fortalecendo a potência plural e diversa que todo e qualquer festival pode e deve oferecer. Diversos olhares, enfoques, pautas, discussões. Fluxos, tensões, movimentos, voos. Mergulhos, paragem. Porto como espaço-tempo de suspensão, reflexão e transformação.
Direção artística:
Adriane Azevedo, Adriane Mottola, Airton Tomazzoni, Antônio Grassi, Juliano Barros, Renato Mendonça, Ricardo Barberena e Thiago Pirajira