top of page

O Porto Alegre em Cena construiu passo a passo sua história com a cidade, trazendo os grupos mais relevantes da cena brasileira e mundial, mas também abrindo caminho para o novo, o diferente, o que desacomoda. Muitos carregam em suas memórias esses espetáculos que literalmente atravessaram suas existências, e também memórias de convívio com amigos, como nas famosas filas na abertura das bilheterias do festival, que se transformavam em um acontecimento e proporcionavam encontros de muitas gerações. Nas ‘primaveras’ do Em Cena, a cidade se enchia de luzes e cores, com salas de teatro lotadas, a rua pulsando. Em quase três décadas, o festival que começou tímido, tateando os espaços, mas já com uma programação apontando para o futuro, consolidou-se e abriu caminhos inimagináveis. Trouxe a Porto Alegre montagens de Peter Brook, Ariane Mnouchkine, Pina Bausch, Berliner Ensemble, Eimuntas Nekrosius, Patrice Chereau, Sankai Juku, Marianne Faithfull, Philip Glass, Goran Bregovic, Bob Wilson, entre tantas outras produções internacionais de peso. Apresentou ao longo de sua existência as grandes companhias brasileiras, como o Teatro Oficina, a Armazém Companhia de Teatro, Grupo Galpão, Cia de Dança de São Paulo, Companhia dos Atores, importantes coletivos e grupos dos países do Prata, novidades cênicas dos quatro cantos do Brasil. O festival foi impulsionador da efervescência nas artes cênicas locais, movimentando a produção das artes na cidade e no Brasil, promovendo debates, conversas, trocas de saberes. Fomentou a produção local em premiações, oficinas, intercâmbios. Hoje, o Porto Alegre em Cena segue seu caminho, fortalecido e plural, de volta ao calendário oficial da cidade e a seu mês de origem. ​

30º Porto Alegre em Cena 

 

O Porto Alegre Em Cena assume a vocação de nossa cidade. 

Um Porto provocação. Lugar de quem chega, de quem sai. De quem fica e do que fica. 

O palco da troca, do trânsito, das novidades e das memórias compartilhadas. 

O cenário de conquistas e dramas sociais: guerras, escravidão, pestes, e outros povos, outras línguas, outras modas. 

Para o bem e para o mal, um Porto.

Porto de águas que se movem e se chocam, de gêneros e estéticas fluídas, de etnias que se reconhecem e se cumprimentam em suas particularidades. 

Porto Alegre e o Mundo em Cena. 

A alegria de ser um Porto. 

 
 _________

Chegamos à 30ª edição do Porto Alegre Em Cena com motivos para comemorar.

O primeiro deles, garantimos a periodicidade anual do festival, superando prazos exíguos e recursos escassos.

O segundo, consolidamos o conceito de uma formação coletiva na direção artística.

O terceiro motivo é percebemos que o conceito curatorial proposto em 2022 segue atual e potente: seremos um Porto Provocação, um Porto Palco que coloca em cena o que fomos e somos, e o que podemos ser. Abertos para balanço, atentos ao que vem. 

Mais do que uma definição única, a imagem do porto pode ser evocada como lugar repleto de beleza e poesia, como deslocamentos e fluxos migratórios, como trauma e violência na modernidade. Porto Alegre, que é margeada ao oeste pelas águas do Guaíba, carrega em seus portos e paragens memórias de conquistas, de encontros, de celebrações e também de diversos processos exploratórios. Assim escolhemos pensar o Porto em que vivemos: constituído do tempo e de suas tantas memórias. 
 
Tomamos também a ideia de porto como um entre-lugar, uma fronteira, que se desfaz na medida em que os deslocamentos humanos acontecem. Novas histórias começam e terminam, contraem e se dilatam, nascem e morrem, pulsam. O meio ou o processo se fazem neste lugar de chegada e partida, sem definição exata. Atrelando a radicalidade da imaginação, motor e vetor da criação artística, atribuímos ao porto uma conotação de lugar em processo, tempo-espaço onde se cria, justamente por não ser exatamente definido, tornando-se, assim como a arte, lugar do porvir.  
 
Nesse sentido, o Porto Alegre em Cena amplia os traços que compõem sua narrativa, fortalecendo a potência plural e diversa que t
odo e qualquer festival pode e deve oferecer. Diversos olhares, enfoques, pautas, discussões. Fluxos, tensões, movimentos, voos. Mergulhos, paragem. Porto como espaço-tempo de suspensão, reflexão e transformação.  

 

Direção artística:

Adriane Azevedo, Adriane Mottola, Airton Tomazzoni, Antônio Grassi, Juliano Barros, Renato Mendonça, Ricardo Barberena e Thiago Pirajira 

bottom of page