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24/10 | lançamento nacional: Sete Estrelas do Grande Carro 2015-2020



24/10 às 21h


Em 2015, o Teatro Máquina, grupo de Fortaleza, percorreu aproximadamente 4 mil quilômetros de estrada em 28 dias e parou em 16 cidades nos estados da Bahia, do Piauí e do Ceará. Foram inúmeras as paisagens percorridas, os encontros e as descobertas. O grupo lança em 2020 o livro Sete Estrelas do Grande Carro sobre a viagem de pesquisa e criação realizada por algumas das regiões mais áridas do sertão nordestino, projeto contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2013-2014. O livro, espécie de (des)diário cartográfico livremente ilustrado e comentado, recolheu e abrigou para a sua construção imagens e textos produzidos pelos artistas e colaboradores durante a viagem e depois dela. Para o grupo, o livro surge como uma tentativa de síntese provisória de uma experiência imensa e mobilizadora, a partir da qual já foram produzidas duas obras cênicas (Brutos, em 2016 e Nossos Mortos, em 2018) e uma vídeo-instalação em um salão de artes visuais.

Movidos pelo desejo de expor uma viagem que ainda reverbera em novas ações e criações, o Teatro Máquina reúne em uma galeria virtual diversas experiências produzidas durante o projeto Sete Estrelas do Grande Carro. Nessa galeria o grupo expõe vídeos, performances, fotos e ações produzidas durante a viagem, além de obras especialmente produzidas para o Festival Porto Alegre em Cena, derivadas do retorno ao material da viagem. De diferentes textualidades e suportes, as obras expandem a viagem em novas experiências sonoras, visuais e performativas.


Para o lançamento do livro em versão digital, o grupo realiza uma conferência virtual com a presença de uma das colaboradoras do projeto, a pesquisadora e dramaturgista Thereza Rocha, comentando o projeto-viagem desde a sua fase de preparação até as reverberações que mobilizam ainda hoje a poética e a pesquisa do grupo.


Sobre as novas obras:


Fulminante (2020)

Videoperformance

Márcio Medeiros e Allan Diniz


Perguntar ao corpo que memórias ele guarda e o que ele tem a dizer hoje a partir das experiências vividas na viagem, há cinco anos. O ator e bailarino Márcio Medeiros, em parceria com o artista audiovisual Allan Diniz, evoca suas memórias corporais para criar, a partir delas, uma nova obra, em videoperformance. Fulminante é o corpo e o pensamento. Que nem sempre caminham juntos. Fulminante é memória que vem à tona e desperta no agora.


Polígono de poeira (2020)

Curta-metragem

Leonardo Mouramateus


Eu senti muito isso. Uma sensação que não me acompanhou somente durante a viagem. Sempre tinha uma coisa me separando daquele ambiente. Alguma coisa me separava. Tinha um certo véu. Como eu posso estar tão distante, se eu já fui, se eu sou tão próximo. E quando eu rompia alguma coisa do véu, eu conseguia ver algo que eu não conseguia ver antes. Quando eu conseguia avançar um pouco, eu via coisas que eu não tinha conhecido. O mistério, ao mesmo tempo familiar. É uma incógnita pra mim. Sempre foi. Ainda é.


Rarazu (2020)

Paisagem Sonora

Loreta Dialla e Ayrton Pessoa

Para além do que a lembrança da visão alcança e a escuta ainda pode abrigar para transpor o inaudito, a memória retoma aquele acordo com o tempo e o invisível em que nos deixamos ir ao teu encontro, pela urgência do teu grito, acompanhando o trânsito da luz até a hora exata da tua chegada.


Rarazu redesenha o percurso sonoro de um final de tarde no Raso da Catarina (BA) marcado pelo movimento de retorno das Araras-Azuis-de-Lear - espécie rara e ameaçada de extinção - ao seu habitat de descanso. O áudio registro de chegada das aves sob o céu da caatinga baiana, captado pelos artistas Loreta Dialla e Ayrton Pessoa, evoca no presente a reconstrução da paisagem para emergir novas materialidades e texturas sonoras na criação de uma composição que refaz o caminho, traduz o ausente e revela novas imagens e símbolos para a renovação desse acontecimento.


Link de acesso à galeria virtual: http://seteestrelas.art/


foto: Gloria / Loreta Dialla

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