top of page

Residência: O Silêncio do Mundo – 1ª etapa


Na vontade de penetrar fundo na programação do festival sobre a temática indígena brasileira e pensar e conhecer nosso país sobre outras perspectivas é que se concretiza O silêncio do mundo. Além de trabalhos já acabados a partir de pesquisas com tribos indígenas dentro da programação do 26º Porto Alegre em Cena, quisemos montar esse trabalho de criação cênica que une o líder indígena Ailton Krenak e a artista performer Andreia Duarte com o embaixador indígena Davi Kopenawa e o xamã Levi Yanomami.

O princípio da pesquisa está na percepção da natureza em sua existência complexa. A terra sobre nossos pés é um lugar imerso em vidas que solicita “pisadas leves”. Reciprocidade de um mundo que se comunica. O que nos é invisível? As luzes da fotossíntese, os sons do universo, o respiro da floresta. E com o que estamos nos conectando?

O mito anuncia a tragédia: sobre nossas cabeças há um mundo invertido, que, sustentado sobre dois grandes pilares, tende a desabar. Montanhas escavadas, prédios sobre prédios, rios envenenados, agrotóxicos, a ausência do ar. O corpo doente pelas fumaças de epidemias que nós criamos, que nos enchem de orgulho, de silêncio, de escassez e câncer. Até quando poderemos dançar para segurar o céu?

Essa criação será fruto de um primeiro momento que ocorre dentro da programação do 26º Porto Alegre em Cena a partir de uma residência artística com criadores da cidade. Depois desse primeiro encontro, o projeto se desenrola em mais uma residência em Watoriki na Amazônia seguida de um último momento de pesquisa cênica em que o trabalho estará pronto, mesmo que em eterno movimento.

(Foto: Arquivo Pessoal – Andreia Duarte)

Tags:

bottom of page